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O que acontece quando chegamos aos 50 anos e nos apercebemos que estamos a repetir os mesmos erros do nosso pai? Que fronteiras estamos dispostos a cruzar?“A 60 km/h” é um filme que, através de entrevistas com os protagonistas e de filmagens desta viagem à volta do mundo, nos fala de família, sacrifício, perseverança, convicções e do valor da palavra.O Citröen Méhari é um veículo todo-o-terreno ligeiro: 600 cc, dois cilindros e 28 cavalos, com uma velocidade máxima de 60 km/h.Divorciado e solitário, o uruguaio Mario Sabah decidiu, pelo seu 50.º aniversário, concretizar um sonho de longa data e fazer uma viagem pelo mundo neste carro. Largou o emprego e reparou o Méhari azul que em tempos havia servido como carro da família.Levando uma câmara e acompanhado pelos seus dois filhos, embarcou numa viagem de 150 000 km, através de 45 países e 5 continentes.Uma vez na estrada, não tardou muito para que a tensão crescesse. Após um choque de personalidades a meio caminho do percurso na América Latina, Mario continua sozinho até ao Canadá. Por vezes, conduz 600 km de uma assentada, mesmo sem se aperceber.“Não me perguntem o que aconteceu no meio, porque eu não consigo dizer.”Chegado ao norte, embarca o Méhari com direção a Espanha, e daí viaja pela Europa, Ásia e mesmo pela Austrália, desafiando o calor, a chuva, o pó, e todas as formas de caos ao longo do caminho – com bastante ânimo, muito pouco dinheiro e a uma velocidade que é crucial para contar esta história.Nas palavras do seu filho, Mattias: “A 60 km/h, és como um camaleão. Vais devagarinho, transformando-te juntamente com a paisagem que atravessas.”