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Dawkins é altamente especulativo.Ninguém com um senso critico, por menor que seja o leva a serio.
Em filosofia, não se discute esse Deus ou aquele Deus, o ente metafisico que se faz necessário é um só. Portanto, não é do Deus cristão ou Hindu e sim de Deus que discutimos. Por esse motivo a crítica dele é infundada pois não é lógica, não tem um caráter universal, não abrange o todo e se limita ao particular. É exatamente isso que ele faz,se concentra em ridicularizar figuras miticas ou divindades na vã tentativa de que isso passe pelos olhos leigoscomo uma prova bem elaborada da não possibilidade da existencia de Deus.Sinceramente, esses ateus de hoje em dia me dão pena.
Citação de: lfel1pe em Domingo, 08 de Janeiro, 2012 - 02h26Dawkins é altamente especulativo.Ninguém com um senso critico, por menor que seja o leva a serio. Não conheço a obra e as ideias de Dawkins a fundo, mas li "O Gene Egoísta" e acho que posso dar minha opinião.Não acho que Dawkins seja altamente especulativo, acho que ele é limitado pelo seu racionalismo materialista extremo. E essas são duas coisas distintas.No seu campo cientifico específico, a biologia, mais precisamente a sociobiologia, Dawkins é um cientista como inúmeros outros, que procuram validar suas hipóteses através de observações, experiências e confrontação com outras hipóteses. Nessa atividade acredito que ele não seja especulativo, e sim que age seguindo o "método" científico estabelecido pelo paradigma vigente, procurando formular hipóteses através de dados científicos.O problema é que a fama internacional do seu livro "O Gene Egoísta", elevou o cientista Dawkins à categoria de celebridade. Com isso, o ateu Dawkins vem promovendo uma verdadeira cruzada em nome da "ciência" (na verdade seria do racionalismo materialista) e do pensamento científico contra os "perigos" das religiões e do pensamento místico. E isso, na minha opnião, o torna uma pessoa limitada.
De fato lfel1pe, não sei se esse é o caso de Dawkins, mas uma das "estratégias" mais usadas nos discursos daqueles que se declaram ateus está baseado no foco das diferenças, na comparação discriminatória das diversas crenças e sistemas filosófico-religiosos. Acredito que como o fato de você ter lido, ou estar lendo, o segundo maior sucesso de carreira de Dawkins, "Deus, um Delírio" (que por sinal confirma o péssimo gosto do dito cientista, e garoto propaganda do movimento de orgulho ateísta, para o título dos seus livros), lhe dê a capacidade de falar com mais propriedade das ideias dele em relação ao fenômeno instintivo da religiosidade humana.Concordo com você no que se refere a importância da consideração das semelhanças, do todo, para uma boa formação crítica do fenômeno universal que é a religiosidade. É preciso diferenciar religião e religiosidade. Quem não tem essa capacidade, na minha opinião, não está habilitado para um debate sério sobre a questão.Não sou hipócrita para negar os "erros" (que fique claro que só podemos chamar de erros a partir da nossa perspectiva cultural, característica do nosso tempo-espaço histórico específico) cometidos por líderes políticos-religiosos, ou mesmo por algumas doutrinas filosóficas-religiosas, nas sociedades, incluindo a nossa própria civilização ocidental. Eu mesmo tenho críticas em relação a religião enquanto instituição social doutrinária. Muitos conflitos, muitas mortes e muito sangue já foi derramado pelo fanatismo daqueles que acreditaram, e acreditam, possuírem a verdade. Essa atitude é compreensível, tendo em vista que o relativismo (em casos extremos como o do paradigma racional-materialista vigente) pode ser desolador, insuportável para a maioria. Seguindo essa linha de raciocínio, a verdade do outro é um obstáculo à consolidação da minha própria, ou a do meu grupo. Por isso é preciso convencê-lo, ou forçá-lo de alguma forma, a aceitar a minha, para que assim ela seja mais consolidada enquanto verdade. Michel Foucault fez um trabalho interessante ao examinar essas relações de poder envolvidas nas práticas dos discursos.Em relação à existência de Deus, ela é um fato, uma questão científica já bem desenvolvida na obra do célebre psiquiatra e psicólogo suíço Carl Gustav jung.Estudando a dinâmica do inconsciente, Jung descobriu raízes comuns a todos os homens, que nos unem enquanto espécie. A essa raiz ele chamou de inconsciente coletivo.Estudando as culturas de vários povos, mais especificamente suas mitologias, ritos e símbolos, Jung descobriu motivos, ou caracteres, que se repetiam independente da existência de contato, ou descendência entre esses povos. A esses motivos, ele os chamou de Arquétipos. Os arquétipos são os equivalentes aos instintos mentais. São formas de perceber e representar o mundo e as forças da natureza, que fazem parte da nossa constituição psíquica, frutos de bilhões de anos de evolução da vida na terra (alguns afirmam que essa "informação" presente no inconsciente vai além da própria vida na terra, sendo equivalente à história do próprio Universo).Voltando à questão da comprovação da existência de Deus; em sua pesquisa, Jung constatou que TODAS as religiões, ou sistemas filosóficos-religiosos, e que além disso, os sonhos de seus pacientes neuróticos, e os delírios de pacientes esquizofrênicos, todos apontavam (através de alguns símbolos que se repetiam) para a existência de uma fonte criadora cósmica. Jung chamou esse arquétipo de Self, ou Si-Mesmo.O Si-Mesmo enquanto arquétipo é incompreensível, também sendo impossível fazer qualquer representação ou descrição precisa dele. É a totalidade (virtualmente infinita como o próprio Universo) que nós somos, para além do Ego e do inconsciente pessoal que todos desenvolvemos ao longo de nossas vidas.Apesar de ser incompreensível e impossível de representar em sua totalidade, nós estamos relacionados permanentemente (em diversos níveis) com esse arquétipo. Dessa relação, tão antiga quanto a própria história da humanidade, nasceram e ainda nascem diversos símbolos, que através dos mitos e representações nos ajudam a lidarmos de maneira mais consciente (e dessa forma mais eficiente, menos perigosa) com essa totalidade psíquica.Nesse sentido, a existência da imago dei, ou imagem de Deus é um fato científico comprovado por décadas de observação e análises. Acredito que a religiosidade, assim como a consideração da existência do Ser criador e governador imanente-transcendente só pode ser em parte uma questão de experiência pessoal. Como outros instintos, a religiosidade mantém uma relação indissolúvel com o social. Nesse caso, as especificidades culturais de como satisfazer essa necessidade instintiva são regulamentadas por códigos ético-existenciais doutrinários, que fundamentam as religiões enquanto instituições sociais. Religiões que propõem orientar os indivíduos, individualmente e coletivamente, na experiência e satisfação da sua religiosidade.Apesar disso, a existência de uma imagem de Deus na nossa mente, que se mostra em boa parte independente da nossa crença em sua existência ou não, e com a qual nos relacionamos simbolicamente cotidianamente (para os mais céticos, aconselho que reflitam sobre os aspectos simbólicos, a onipotência e onipresença do dinheiro em nossa sociedade), também em parte independente da nossa consciência dos significados desses símbolos, é um fato que deveria ser considerado em sua fundamentação científica.
Jung foi buscar as ideias de Arquetipo a Platão e mesmo a Kant- isso não é novo. Jung pode ter usado de ciência e de conhecimento válido, mas, se Platão foi influenciado pela sua religião e até Kant pelo seu pietismo protestante herdado de sua mãe (ainda que haja sido extremamente rigoroso e lógico nas suas filosofias e equações), Jung , acredito, quanto às suas conclusões (humanistas) foi retirar ao espíritismo que chegou a praticar. A ideia do self ser uma luz, um sol que cada um tem em si mesmo, e que está acessivel atraves do subconsciente e que julgamos ser DEUS, sendo que ele afirma que não O é, mas é o si, são ideias da sua época em certos movimentos de elite. Por exemplo pelo ateísmo de Nistzche, que anunciava uma especie de divindade do homem, o qual por sua vez foi influenciado por Shopagnauer , que foi buscar ideias religiosas metafísicas do oriente/médio-oriente... Pelo que a ideia do si, do sol, da Iluminação vem do Hinduismo e do budismo; os quais acreditam que o Homem é DEUS. Está bem que não conheço Jung, e pode ser mesmo ser que este diga que o Si é um arquetipo que existe de facto em todos nós que não é DEUS, sendo que DEUS até possa existir fora de nós. Mas.. será assim?Olha, no cristiansimo se ensina que nós somos feitros à Sua imagem e semelhança, portanto, não é demais que o espírito no homem, o seu eu mais íntimo, seja esse Si. E sabemos que o espírito veio de DEUS. Do memsmo modo uma celula da minha pele pode saír de mim, mas não é eu.Na questão científica: Jung ao afirmar os arquetipos não pode ir além da conjetura e teoria... nós nunca saberemos se temos arquetipos identicos uns aos outros. O aquetipo é algo do mundo das ideias, uma coisa ideal (ao modo platonico). Eu não aceito isso; mas isso não quer dizer que eu seja empirista e quie nascemos como tabuas rasas. Eu acredito em Piaget (que é um neokantiano)- nós nascemos com umas estruturas que se preencherão e desenvolverão ao seu potencial possível, com os conceitos. Nessa junção entre conceitos e estrutura temos o Conhecimento- que envolve a intus e a empíria; nós nascemos com a intus, a visão, a inteligência racional, mas esta tem de ser preenchida com a experiência da realidade com a qual inevitavelmente se chocará, entrará em debate, dialetica e trialetica e etc...desde a conceção. - (a realidade será tudo o que é exterior à intus, mesmo as experiências físicas no proprio corpo, dos quais nos apercebemos, são exteriores à intus). O aperceber é a intus, a intus por sua vez é coadjuvada por um mecanismo, também ele, apriorístico- a capacidade automatica de categorizar as experiências nas estruturas da intus. é um reconhecimento dos tipos, o qual nasce connosco , mas se desenvolve com a pratica, as experiências. Como tal, as estruturas mentais, sem os conceitos que a categorização extrai das experincias empiricas é raquitica e não se desenvolve, mas as experincias empiricas sem a categorização e a Visão (intus, insight, intel, percepção) são dadas a um corpo como se esse for uma planta.Cf Kant diz(mais ou menos): a intuição sem os conceitos é cega e os conceitos sem a intuição é ... nada. (“Intuition and concepts constitute... the elements of all our knowledge, so that neither concepts without an intuition in some way corresponding to them, nor intuition without concepts, can yield knowledge.” Immanuel Kant quotes (German Philosopher one of the foremost thinkers of the Enlightenment. 1724-1804) Similar ).
Citação de: lfel1pe em Domingo, 08 de Janeiro, 2012 - 03h04 Em filosofia, não se discute esse Deus ou aquele Deus, o ente metafisico que se faz necessário é um só. Portanto, não é do Deus cristão ou Hindu e sim de Deus que discutimos. Por esse motivo a crítica dele é infundada pois não é lógica, não tem um caráter universal, não abrange o todo e se limita ao particular. É exatamente isso que ele faz,se concentra em ridicularizar figuras miticas ou divindades na vã tentativa de que isso passe pelos olhos leigoscomo uma prova bem elaborada da não possibilidade da existencia de Deus.Sinceramente, esses ateus de hoje em dia me dão pena.Meu caro, permite-me discordar de ti. O erro está na análise que fazes à análise de Dawkins.Parece-me óbvio e bastante perceptível que o deus que Dawkins ataca, nada tem que ver com uma entidade suprahumana, metafísica, filosófica ou psíquica. E misturar estas duas coisas parece-me um erro de palmatória.Dawkins fala de um deus inventado por povos que dizimaram milhares de pessoas e povo inteiros e que a História se encarregou de aproveitar, compilando o Antigo Testamento e o Corão (não só) para escravizar física e mentalmente toda uma era e civilização. Nesse aspecto, a frase que transcreveste do livro dele não deixa dúvidas. Só quem não leu o Antigo Testamento pode afirmar o contrário. O próprio Saramago o disse pouco antes de partir. Fala do deus criado pelo Homem como ferramenta de manipulação, de perpetuação do misticismo supersticioso e da ignorância. Penso que isto é tão óbvio que me espanta como é que pessoas inteligentes e supostamente informadas podem escamotear este facto histórico. Não estamos a falar de espiritualidade, que é uma característica intrínseca do ser humano e de muitos animais sencientes. Todos, em menor ou maior grau, temos espiritualidade, essa espiritualidade estudada e sentida por grandes homens e mulheres ao longo da História da Humanidade. O que Dawkins ataca é o deus religioso e monoteísta. Podemos não concordar com a forma como argumenta ou como defende a sua tese, mas até ver, ainda não matou, nem incentivou ninguém a matar com base num livro compilado, deturpado e usado como forma de manutenção e propagação de poder.Agradecia ainda que fizessem um esforço para se manterem dentro do assunto do tópico. Para falarem sobre este tema em particular, podem criar um novo tópico nesta mesma secção.
Dawkins é altamente especulativo.Ninguém com um senso critico, por menor que seja o leva a serio. Em filosofia, não se discute esse Deus ou aquele Deus, o ente metafisico que se faz necessário é um só.Portanto, não é do Deus cristão ou Hindu e sim de Deus que discutimos.Por esse motivo a crítica dele é infundada pois não é lógica,não tem um caráter universal, não abrange o todo e se limita ao particular.É exatamente isso que ele faz,se concentra em ridicularizar figuras miticas ou divindades na vã tentativa de que isso passe pelos olhos leigos como uma prova bem elaborada da não possibilidade da existencia de Deus.Sinceramente, esses ateus de hoje em dia me dão pena.ps: estou falando aqui praticamente a mesma coisa que numa discussão que tive alguns dias atrás em outro fórum. e realmente fiquei surpreso com uns comentários de alguns membros aqui, acho que devem sair do fórum e irem gastar mais tempo em redes sociais, pois o conhecimento não está surtindo efeito.